pour toujours

27.1.14

In The Land Of Gods And Monsters ♥


Uma chuva miudinha e constante caía do lado de fora da janela. Não dava sinais de abrandar. O coração dela também não. Mais e mais, sentia o descompasso do seu órgão vital, como uma mariposa que anseia libertar-se do casulo. Esperava em vão por aquilo que sabia não lhe estar destinado. Já mal sentia as mãos do frio. Mesmo assim, não desistia. Ignorava a noção de tempo e fingia que um ano era um segundo. Aguardava por uma salvação, mal sabendo que já estava salva. Rabiscava numa folha que nem notava já estar preenchida por completo. Trauteava canções que já ninguém ouvia e esperava. Esperava por ela, esperava por ele, esperava pela sensação das borboletas no estômago. Rezava para que estas não se tornassem em libelinhas venenosas e esperava. Sentava-se para automaticamente se levantar, não querendo desperdiçar um único milésimo de segundo do seu tempo na inércia. Mal ela se apercebia que a espera se enleia no descanso e na ociosidade. Fingia-se muito ocupada, só para enganar o tempo e a saudade sabe-se lá de quem. Prendia-se em momentos que nunca sequer existiram e esperava. Esperava pelo presente, esperava pela futuro e assim se despedia do passado.

3 comentários:

n. disse...

Awww, apaixonei-me! <3

Jen disse...

és fantastica , tenho dito <3

Sunshine disse...

Bem, este texto deixou-me arrepiada por dentro. Tocou-me, identifico-me.