pour toujours

20.11.11

And So It Is...


  
O cheiro impregnava-se-lhe no nariz. Aquele cheiro de terra molhada e do medo de não saber para onde se vai a seguir. Depois de uma vida de rotina, o que se faz? Da janela do quarto via a claridade leitosa que anunciava mais um dia. Um dia de pardas especulações.
  Entre o novo e velho, nem as lágrimas seriam iguais, por mais que as tentasse esculpir. Tudo mudara. Nem para bem, nem para mal, simplesmente mudara. “É a fobia de muito boa gente”, pensava.
  Estava imóvel, na cadeira azul que sabe que construiu na infância. “Sei que construí a cadeira, mas não sei porquê. Para poder ficar imóvel à espera do nada? Para me lembrar que um dia fui criança, ansiando o desconhecido do dia de amanhã? Não me interessa.”. Realmente, o que interessa na vida? A solidão? O silêncio? Ou talvez a companhia e o barulho. Mas este ser humano não tinha nada disso. Este ser humano era um ser. E só “era” porque nascera.
  Nascera há Primaveras a mais, a seu ver, mas não se arrependia de ter escolhido aquela altura para o fazer. Escolher a altura para nascer? Já nem sequer imaginava situações com nexo.
  O nevoeiro presente lá fora, turvava-lhe a vista, e assim, não conseguia observar o resto do Mundo, do lado de lá da sua janela. Talvez fosse por isso que nada do que pensava fazia sentido aos olhos e aos ouvidos da sociedade.

4 comentários:

n. disse...

uauuuuuuuu, AMEI, princesa! :D

n. disse...

fiquei mesmo, princesa linda!
tu sabes que eu também fico muito bem se souber que tu estás bem :$
Ainda beeeeem <3

n. disse...

é por causa de pessoas como tu que eu consigo ser assim, transparente. <3

n. disse...

só te digo que és uma tosca :p <3